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.::Satanismo e Vampirismo::.

Satanismo

O Satanismo não tem nada a ver com o sacrifício humano, molestar animais ou crianças, queimar igrejas, violar cemitérios, participar de orgias sexuais, pactos com o diabo e outras ideias idiotas, é sim, uma religião de poder individual buscando o engrandecimento do Eu (não do ego), em que o ser humano, para além de ser um animal, como todos os outros, procura realizar a sua condição de Deus.

O Satanista é a favor da liberdade de pensamento.

†...O que representa...†

Satanás representa indulgência em vez de abstinência.
Satanás representa uma existência vital, em vez de sonhos espirituais, ilusões.
Satanás representa sabedoria pura, em vez de auto-ilusão hipócrita.
Satanás representa bondade para quem a merece, em vez de amor desperdiçado aos ingratos.
Satanás representa vingança em vez de violência gratuita.
Satanás representa responsabilidade para o responsável em vez de se ligar a vampiros espirituais.
Satanás representa o homem simplesmente como um outro animal, muitas vezes melhor, mas outras vezes pior do que aqueles que caminham de quatro, devido à sua espiritualidade divina e ao seu progresso intelectual que se tornou o mais cruel de todos.

Satanás representa todos os chamados pecados que se direccionam para uma gratificação física, mental e emocional.
Satanás tornou-se o melhor amigo que a igreja já teve, pois ele cuidou dos seus negócios por todos estes séculos.

Concluindo: O satanista celebra a vida com alegria, e vive em busca de maior conhecimento e poder, e saí sempre vencedor, até mesmo em situações de fracasso aparente, ele sabe usar a sua pouca sorte para conseguir uma vitória ainda maior. Não perde tempo na esperança de ver os seus sonhos serem concretizados em futuros incertos, aproveitando o máximo da vida com responsabilidade.



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Vampirismo



Ha muito tempo atras os vampiros espalharam-se pela Europa,seguidos por caçadores de vampiros,Bruxas,missa de exumações e varios corpos que eram queimados ou tinham estacas nos enterradas nos seus corações como tentaiva de os lrivar aldeões de Vampiros.The mal leus maleficiecnia,publicado pela Igreija em 1486,foi o guia para os descobrimentos e irridiadores de Bruxas.Tambem falava do Vampirismo e sua ligação com Satanás, que fazia parte das criaturas maléficas. Em meados de 1600, esse tratado começou a ser usado como a "Bíblia" dos caçadores de bruxas e vampiros que cruzavam a Europa.O tratado também incluía um pouco da visão vampírica. Dom Augusta Calme (1672-1757) foi um monge da ordem de Benedito. O seu trabalho, Trataste no lhe Aperrasse oh Pirite ADN no Vampiros (Tratado de aparência de Espíritos e Vampiros), tentou separar os Vampiros da ligação com as forças satânicas e demoníacas. Eles descreveram que os Vampiros eram simplesmente corpos mortos dos quais ressuscitaram, e que da qual se proclamava superstição. Devido a isso, ele esteve sobre pressão de radicais, que o fizeram retirar as suas declarações. O seu trabalho ainda estava em circulação numa Era em que a história tinha demasiados caçadores de bruxas e Vampiros, a Idade Média. Depois da histeria da praga-enigmática (peste negra) que acabou na Idade Média, importantes pesquisas foram conduzidas dentro da mitologia vampírica. Provavelmente o melhor crónico de histórias vampíricas em eras passadas foi o lendário Montaigne Submerso. Ele foi decretado bispo da Igreja Anglicana em 1908, mas depois deixou a Igreja Anglicana em favor da Igreja Católica Romana. Ele conduziu numerosos estudos sobre coisas sobrenaturais. As suas duas melhores obras conhecidas e publicadas foram, lhe Vampira: vis Kits ADN king e lhe Vampira ir Europeu são temas de pesquisas sobre vampiros.concluindo a o igreja católica que procurava destruir estas criaturas, provocou exactamente o oposto, deu-lhes ainda mais força. A Besta ainda habita hoje o mundo, o Vampiro está vivo, não mais do que qualquer tempo no passado. Góticos vestidos de preto que rondam as ruas e bares, leitores e visionaríamos que ficam emocionados com a presença de uma Besta com caninos "sobrenaturais". O Vampiro habita-os, e virá à tuna por muitos e muitos anos. Os nomes das pesquisas Cristãs são dedicadas para fãs de Vampiros como Drácula, Lestat, e outros. <br>

O perfil filosófico do vampirismo

“O milagre da relação erótica masculina é o de uma total confiança e abandono endereçados somente ao prazer, sem qualquer dever, compromisso ou coerção”

(Francisco Alberoni)



Senhores, creio que é quase impossível filosofar sobre vampirismo sem falar em sexo, prazeres, orgias e sonhos fantasmagóricos, afinal um assunto tão complexo deverá por força encarnar na sua essência uma apologia direta ao culto do erotismo, onde a estética de um belo corpo, jovem e saudável, pode ser fonte inesgotável de prazer e vida!

O vampirismo caracteriza-se basicamente por um perfil aristocrata de personalidade, e segundo J. Gordon Melton, que estudou profundamente por mais de trinta anos seguidos sobre o assunto, no prefácio “O que é um vampiro”, do famoso “Livro dos Vampiros”, temos as seguintes palavras:

“A definição comum, nos dicionários, serve como referência para a investigação: vampiro é um cadáver reavivado que levanta do túmulo para sugar o sangue dos vivos e assim reter a aparência da vida”.

Somente nesta idéia central já se evoca a horrenda imagem de um corpo em estado hipnótico ou de alucinação, reavivado por um poder diabólico direcionado contra o princípio das eternas leis naturais de vida e morte dentro do monismo da natureza!

É exatamente aí que prevalece a força indestrutível do mito como encarnação de um antigo horror endêmico herdado pelo inconsciente coletivo, à civilização moderna e contemporânea.

As primeiras hordas de seres humanos primitivos, habitantes de cavernas, não tinham um conhecimento científico-biológico sobre a função do sangue no corpo vivo. Eles observaram porém, que quando um animal perdia sangue, a vida também abandonava o corpo...

O mesmo se dava com o ente humano e em muitos casos, o sangue humano foi bebido no intuito de “transferir a vida” do semelhante ao corpo do que havia ingerido o sangue, num macabro ritual onde a violência e o crime foram atos decisivos num combate.

O sangue simboliza de alguma forma o “espírito” dos animais, a própria vida animada na criatura viva, e no homem este significado transfigurou sua própria imagem a um universo mítico, ilustrado por ritos e crenças das mais variadas naturezas.

O vampirismo nasceu já de alguma forma exatamente quando um homem primitivo bebia o sangue de seu inimigo acreditando herdar do mesmo toda a vida, coragem e ferocidade! Bebia-se o sangue em um ritual de triunfo e regozijo em comunhão ou numa orgia, num deleite que causava prazer acima de tudo por vencer o rival que antes era uma ameaça, disputando o direito de gozar as fêmeas da ordem primeva, as mulheres agrupadas em submissão absoluta!

Neste período da pré-história da humanidade, já se traçava um perfil marcante e fundamental do culto do vampirismo, ou seja, beber sangue numa volúpia selvagem e irracional, abusando do próprio instinto!

A carne humana também podia ser comida num ritual antropofágico de primitivo canibalismo. Daí também se pode extrair num paralelo, o mito do lobisomem, um monstro que come carne humana!

O alemão Hans Staden descreveu situações desta natureza, há quatrocentos e cinqüenta anos atrás e muito próximo de nós, aqui mesmo no Brasil, no seio de tribos indígenas primitivas. Sua obra publicada por volta de 1557 em Marburg, na Alemanha, tinha o seguinte título que chegava a ser extravagante:

“Descrição verdadeira de um país de selvagens nus, ferozes e canibais, situado no Novo Mundo, América, desconhecido da terra de Hessem antes e depois do nascimento de Cristo”.

Porém, as alusões mais antigas a respeito de tais práticas como beber sangue humano ou comer carne humana remontam a milênios da história natural. Mas estes “estranhos” modos de comportamento humano só puderam ser estudados nos últimos duzentos anos de avanço científico, através das duas cátedras, rainhas absolutas do verdadeiro conhecimento humano, a psicanálise ou psicologia, e a antropofagia. Através do estudo aprofundado de certas tribos indígenas ou de negros, puderam-se compreender de alguma forma como estes grupos comportam-se e como comportava-se o homem de sessenta mil anos atrás. Os ritos e as práticas religiosas variam em abundância nos aspectos principais, porém, têm um só elo em comum, ou seja, a plena consciência da temida morte!

A morte entra em cena como uma das principais personagens da odisséia do vampirismo, não como mito de ficção, mas uma amarga e dura realidade a tudo que vive!

Posso fazer um trocadilho de palavras chaves para ilustrar a base do mito do vampirismo: vida-morte è vida através do sangue – morte ao perder sangue...

Revendo a mitologia judaica, encontrei um nome que muito significou para mim e para a própria história do vampirismo. A rainha das trevas, o lado oculto da lua, Lilith, a filha legítima de Satã e a primeira esposa de Adão! Lilith!...

Lilith será sempre a mais bela das belas, a mais fogosa, a mulher mais deliciosa do mundo, o símbolo absoluto do prazer, o cheiro mais excitante que é o cheiro característico que exala-se abaixo do ventre feminino, o cheiro do mel almiscarado, o cheiro da mulher! Lilith é a mãe primeva dos vampiros e espectros malignos. Lilith foi também esposa de Caim, que logo tornou-se o primeiro assassino que derramou o sangue do próprio irmão, tornando-se também uma espécie de vampiro errante, réprobo maldito.

Com o surgimento de Lilith, o vampirismo ganha a sensualidade e a conotação sexual que faltava para completar a grandeza de um mito tão forte dentro da cultura humana, ou seja, sem sexo o vampirismo não teria atrativo suficiente para sobreviver dentro das civilizações do mundo.

Os mitos, assim como as crenças que alimentam-se de sangue emergem de vários povos de todo o mundo e em várias épocas da história da civilização. Na Grécia, por exemplo, encontramos citações significativas de vampiros com nomes como “Empusai”, “Mormolykiai”, “Lamiai” e “Strige”. Este último significa uma sinistra referência a uma enorme coruja que habitava torres. Este ser tornou-se um monstro noturno equiparado a uma Lilith que atacava somente criancinhas para beber o sangue.

“Lamiai” de “Lamia”, era uma belíssima rainha da Líbia que foi seduzida por Zeus. A mulher deste, Hera, num ataque de ódio e ciúmes castigou Lamia transformando-a num monstro hediondo condenada a habitar cavernas e beber também sangue de crianças como alimento.

Vários fatores caracterizam estes monstros sugadores de sangue, e um dos pontos mais significativos é que a maioria dos vampiros são seres noturnos, que habitam nas trevas, seres que repelem a luz do sol.

O cinema e a literatura ilustraram este universo vampírico, por isso sabemos de antemão que “luz do sol”, “alho”, “crucifixo” e “água benta”, afugentam os vampiros. Queria, porém, desviar o curso natural destas informações, ou melhor, acrescentar costumes de comportamentos sociais com hábitos que muito caracterizam alguns indivíduos como vampiros!

Em relação aos últimos dois mil anos de história por exemplo, vemos a vitória do Cristianismo em todo o Ocidente, onde reina ainda uma fé um tanto ultrapassada para a nossa época. Porém, observei o seguinte: que o símbolo do Cristianismo, a “cruz” ou o “crucifixo”, demonstra uma vitória e afirmação absoluta sobre qualquer “vampiro” ou “demônio”, que repele o símbolo devido “ao poder de Cristo pregado em uma cruz”!

Espantosa observação, onde um vampiro passa a ser um “fruto mítico do próprio Cristianismo” para ser apontado como a própria encarnação do mal, um demônio, que representa a oposição a todo o “bem Cristão”. Desta forma, toda vez que se mostra um crucifixo a um vampiro, simbolicamente o Cristianismo se afirma como o “sumo bem”, regado às vezes com “água benta” ou “óleo benzido” por estúpidos crentes.

Tudo nos leva a crer que somente Cristo e a doutrina pregada pelos seus seguidores é que pode salvar o mundo, o que é de fato também um mito sem a mínima sombra de dúvidas.

Com essa gigantesca inversão de valores, sempre a religião Cristã sai ganhando campo, às vezes sobre os mitos mais importantes da humanidade, e assim boa parte da literatura sobre vampiros é de alguma forma fruto deste Cristianismo avassalador que tudo quer dominar para fortalecer a fé. Porém, o mito do vampiro é muito mais antigo que a religião Cristã, ele já pode ser identificado em mitologias pagãs de vários povo do passado, entre gregos, judeus, romanos, orientais, e vários agrupamentos de povos indígenas e de negros, que já falavam de alguma forma sobre “monstros ou cadáveres sugadores de sangue”...

Um traço interessante que observei num vampiro moderno são as duas forças pagãs de divindades mitológicas que podem caracterizar esta figura curiosa e incomum.

Nietzsche, o filósofo da cultura, identificou duas forças dentro da alma do Homem, uma ele chamou de “Apolínea”, a outra ele chamou de “Dionízica”. Em sua obra “A origem da tragédia”, este complexo e aprofundado estudo pode ser melhor compreendido ao reservarmos obrigatoriamente, ou por simples prazer, algum tempo para a leitura desta obra singular.

O perfil “Apolíneo” de um vampiro está muito além da regra de um homem comum, ao contrário, ultrapassa este num radicalismo seguido à risca! A postura aristocrata e nobre de um vampiro distingue-se das outras pessoas comuns, seu porte físico, seus traços de rosto, seus olhos, mãos, cabelos, tudo em se tratando de corpo é de porte elevado e misterioso.

Um gosto por arte e acabamento estético dão aquele toque “diferente” na casa ou castelo de um vampiro. Pinturas do romantismo, referências ao helenismo greco-romano em artes, colunas e pilares de sustentação em estilos jônicos-dóricos-coríntios, cortinas vermelhas simbolizando paixões, gosto por profundas leituras de livros raros de autores célebres, prazer absoluto no culto ao conhecimento, ao estudo pontificado, meditado, a transformação nas palavras em argumentos filosóficos e referências de literatura ou poesia nas conversações.

Esta postura e este gosto pelo belo que todo vampiro aspira, é manifestação de cunho apolíneo em graus elevados de poder! Tudo que embeleza a vida, ofereça conforto absoluto e segurança, grandeza de cultura, por detrás de todas estas manifestações à luz apolínea, a força e o poder de Apolo como exemplo de equilíbrio permanente.

O traço “dionízico” de um vampiro também é explicitamente visível no gosto por sexo, por orgias e paixões desenfreadas, busca incessante de companhia para os prazeres, o desejo ardente de sedução, os beijos de fogo, a fúria cega na busca eterna de noivas, e por fim, a conquista de uma só musa bela, sensual, nobre, submissa, verdadeira nos encantos doces de um belo corpo harmonioso, jovem, muito jovem e cheia de vida e calor para fundir-se no deleito supremo do gozo e da vampirização absoluta!

Apolíneo e dionízico, dois traços marcantes na alma de um vampiro, identificando estas curiosas personalidades com seus respectivos gozos e aspirações muito além do homem comum. Este, condenado a errar até a morte num raciocínio senso-comum que o limita e reduz seu campo de conhecimento e compreensão do mundo e civilização.

Mas espantoso mesmo é o traço lúgubre do vampirismo que aparentemente está em contradição com o que acabei de descrever, mas aí é interessante notar que o vampiro é um ser que resiste à ação do tempo e às transformações sociais. Se seu castelo está em ruínas devido às guerras e à corrente dos séculos, resistiram porém estas ruínas impondo-se ainda, com o perfil radical de uma raça dominadora que impôs um dia na linha do tempo a marca da sua maneira de ser no mundo!

Vlad Tepes hoje é apenas uma referência histórica para fortalecer uma personagem de literatura, mas os castelos que habitou no tempo em que reinou, as ruínas que emergem do alto dos rochedos, são ainda uma realidade visível a quem visitar a Romênia nos dias de hoje!

Já falei sobre Vlad Tepes Dracul em um outro escrito mais específico, onde pudemos rever algumas maneiras “diferentes” de se fazer justiça no mundo, e como seria gratificante ver essa justiça “Draculesca” se abater radicalmente sobre todos estes bandidos marginais que barbarizam as sociedades modernas, esses assaltantes, esses ladrões violentos, esses anti-helênicos por natureza, essa corja de inúteis serem todos, torturados com fogo, empalados com estacas pontiagudas com mais de dois metros de comprimento, ou serem esquartejados vivos, esfolados e cozidos em enormes panelas de ferro!

Lembremos dos relatos medievais escritos por Ambrosiu Huber em 1499 na cidade alemã de Nuremberg, onde Drácula, o calamitoso, espalhava o terror da sua lenda com as atitudes reais e ferrenhas de uma justiça horripilante e assustadora, mas que funcionava de verdade!

Drácula é a manifestação absoluta do mito do vampirismo por excelência, o símbolo superior que jamais será destruído, pois é a própria força da vida eterna conquistada! Não existe meio termo, ou se cultua Drácula ou odeia este mito como o diabo odeia a cruz, ou se identifica com Drácula ou será apenas mais um perdido no meio da massa humana dos grandes aglomerados em número!

Que símbolo mais ousado e másculo do que a imagem do vampiro criado por Bram Stocker?

Por certo o dandy da Irlanda não imaginaria a proporção que ganhou o seu personagem do romance publicado em 1897, uma das obras mais horripilantes escritas em língua inglesa, o livro “Drácula” vem sendo lido e relido a todo instante no mundo todo por adolescentes e adultos!

Eu mesmo confesso que li o livro nos meus gloriosos dezesseis anos de idade pela primeira vez, e de lá para cá já reli de oito a dez vezes, mais ou menos!

Todo homem que sonha com as mais belas jovens cheirando a água de flores, que sonha com as virgens impossíveis, ideal helênico de beleza clássica feminina, o sonho perdido com um número considerado de ninfas, todas essas fantasias oriundas de uma mente esclarecida e bem resolvida em questões de prazer, tem na imagem do vampiro a realização plena destes desejos reprimidos e sufocados pela falsa moral, tem no vampiro a transferência e a canalização direta dos próprios anseios eróticos que sufocam os moralistas ingênuos e as beatas frígidas castradas por preconceitos medíocres impostos por gente que no fundo é inimiga da vida e do prazer.

Um vampiro é uma espécie de “super-homem” que Zaratrusta tanto falou, porém não é o “super-homem” em sua plenitude, pois é um ser diferente no perfil do comportamento e da personalidade que o classifica como “um super-homem misterioso”.

Muitos de nós, cultuadores do vampirismo e da feitiçaria, magos, bruxos, ocultistas, goticistas, e dandys, identificamo-nos com o perfil de um vampiro exatamente porque este personagem é a projeção absoluta de tudo aquilo que gostaríamos de ser! Acreditando nessa filosofia, vamos na medida que adquirimos conhecimento das verdades, tornando-nos espécies raras de vampiros!

O vampirismo passa a ser uma maneira exótica de pensar e agir num mundo repleto de riquezas e prazeres diversos que precisam ser conquistados, afinal chega o grande momento na vida onde temos que decidir por nossos gostos e desejos e só no universo do vampirismo estaremos plenamente realizados, e vingados de todo o mal que a realidade comum nos tem feito todos estes anos!

“Juventude eterna” e “poder sobre os outros”, somente aqui, um reino e harém aos nossos pés como “bom vivants” que somos, passaríamos o nosso tempo desfrutando prazeres que somente os vampiros podem gozar!

A transgressão ao pensamento dominante cristão de “fraternidade”, “perdão”, “piedade”, “igualdade social” e todas estas mentiras convencionais na moderna civilização, prevalecerá na filosofia do culto ao vampirismo como a rebeldia aristocrata por excelência!

Nelson Liano Jr., em sua célebre obra “Manual prático do vampirismo”, traça um perfil bastante singular sobre a filosofia do vampirismo. Quando estudei esse livro, imediatamente classifiquei-o como um dos melhores trabalhos já escritos sobre um assunto tão complexo. Ali o autor abordou a essência do vampirismo de uma maneira perfeita em linguagem histórica e poética aprofundando-se neste obscuro universo onde orgias com ninfetas em rituais e sabás são realizações comuns aos neófitos iniciados.

As fantasias sexuais são os impulsos que precisamos para renascermos outra vez, mais humanos e mais saciados dos nossos desejos, que é a coisa mais importante da vida. “Só o prazer e a juventude valem a pena nesta vida”, ensinou-nos também o genial escritor irlandês Oscar Wilde.

Nesses rituais secretos, escondidos, pois tudo que é escondido é mais gostoso de fazer, ali o vinho era também um símbolo de comunhão, mas antes mesmo do vinho, o sangue humano era uma bebida ideal!

Mas a verdadeira maldição pode estar em um sangue sujo, contaminado com infecção venérea, sífilis ou HIV por exemplo. Desta forma, o líquido mais precioso que existe pode oferecer uma morte eterna àquele que ingerir tal beberagem!

Atualmente uma orgia vampiresca é coisa raríssima de ocorrer, e o sangue é substituído por vinho quando ocorre tais deleites, onde os mais ousados se entregam aos prazeres...

O próprio Cristo em sua ceia com os apóstolos, realizou na última noite um ritual fantástico de vampirismo simbólico, dando seu próprio sangue, substituindo por vinho em uma taça, aos doze apóstolos escolhidos para compartilhar do interessante ritual!

“Tomai e bebei todos vós, este é o meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança, que será derramado por mim, por vós e por todos os homens, para o perdão dos pecados, faço isso para celebrar a minha memória!”. Aqui, nestas profundas palavras, o iniciado Jesus Cristo realiza um ritual pacto, onde o sangue está presente para ser bebido... Seu corpo que é simbolizado por um pão, será devorado também pelos apóstolos, numa comunhão, onde nos lembra simbolicamente um ritual de antropofagia que remonta há mais de 60 mil anos, onde se celebrava um culto primitivo ao redor do fogo! A mística da “Santa Ceia”, pintada por Leonardo da Vinci na parede de um grande refeitório do Mosteiro de Santa Maria Delle Grazie, em Milão, na Itália, entre os anos de 1495 e 1498, expressa um verdadeiro clima de agitação ao revelar a Jesus que um dos que ali estavam iria traí-lo! O sal derramado na mesa é o símbolo desta traição...

O vinho tem a cor do sangue e o misticismo que remonta às próprias mitologias pagãs. Baco é o deus do vinho, logo a embriaguez, a dança e o prazer, são a glorificação da própria vida. Ingerir vinho (sangue simbólico) é reviver ou ressuscitar do tédio, spleem, que é uma espécie de morte psicológica, é embriagar-se de vida!...

Por todos os lugares que passei, com todos os homens que conversei, encontrei neles um desejo ardente por possuir deliciosas ninfas e mulheres sensuais, fogosas, fartas, delicadamente doces, selvagemmente perversas! Em todos vi a frustração, a impotência perante o harém perfeito que é o mundo e a diversidade da realidade. Em todos estes homens, os mesmos queixumes, as mesmas fraquezas, as mesmas taras, os mesmos desejos de serem mais viris, os que mais gozam com um maior número de mulheres possíveis, todos tarados, todos sonhando com orgias impossíveis, nenhum exemplo prático, concreto, como um verdadeiro Sade ou Byron, nenhum Sultão, nenhum Casanova, nenhum César, nenhum Napoleão, nenhum Drácula! Todos bem abaixo do verdadeiro papel de homem!

Toda orgia, por mais ou menos requintada que seja, pertence ao culto do vampirismo, aos que vivificam esta maneira de ser e de agir no mundo. Só os vampiros são capazes de se realizarem plenamente porque fazem do prazer e da juventude um culto supremo.

Os homens comuns praticam sexo apenas e pronto, por ali se resumem as suas aspirações, não vão além de um gozo comum e natural que também foi um presente da natureza. Estes impõem-se, como somente eles que fossem os eleitos, sendo que todo o reino da natureza é regido por esta força natural! Ou seja, “nada de novo debaixo do sol”. Mas quando mergulhamos na ilusão ou realidade do culto do vampirismo, abrimos novos campos para o prazer sexual e estético, então é revelado a nós de uma maneira muito especial que o prazer e o sexo são uma prática sagrada e milenar, que a fantasia abre os caminhos para multiplicarmos este tesouro que a natureza nos deu. Então, através da estética, ficamos mais exigentes até depararmos de fato com o “belo”, a beleza humana em si mesma.

Só se torna vampiro quando se descobre de fato o que é belo, então vem a necessidade apurada da grande conquista, da sedução vampírica, da posse física daquilo que de fato é vida!

Existem casos de mulheres mais velhas apaixonarem-se por garotos mancebos. Estas espécies de “vampiras” não buscam mais do que gozar o pleno vigor físico e a jovialidade dos mancebos de forma absoluta! E tudo elas fazem em matéria de sexo, iniciando estes jovens às verdadeiras loucuras eróticas onde a regra é o sexo livre, para a sorte absoluta dos eleitos por “Vênus”.

Teoricamente, o vampirismo se apresenta por mais de mil maneiras diferentes de interpretação, desde aquele goticismo sinistro e fantasmagórico até as mais excitantes maneiras e modos de erotismo e masoquismo, onde os neófitos atingem orgasmos através de dor e tortura. Tudo de mais profundo e criativo do imaginário humano compõe o cenário do vampirismo.

O célebre e genial Graça Aranha fez algumas importantes observações a respeito do medo no ser humano, em sua dissertação sobre “A função psychica do terror”. Ele nos relata o seguinte:

“Não é somente por uma manifestação physica retrógrada que o terror reside no homem, é também pelo retrocesso à alma antiga dos antepassados, reação em que a cultura adquirida se esvai, como a luz solar no mistério da infalível noite. Esse retrocesso à sub-consciência se acentua na vida coletiva, nas sociedades humanas, em que o estado de aglomeração faz despertar os instintos selvagens dos antropóides e homens primitivos que viviam em tribos. Outra causa do medo é a dor, antes do sofrimento moral, a dor física agindo nos centros nervosos do animal determinando o pavor do desconhecido e no homem cria o sentimento da morte”.

A imagem sinistra de um vampiro desperta nos homens este medo antigo pelo desconhecido, pelo ser excêntrico que o ameaça por diferentes formas transfiguradas no seio da escuridão.

O vampiro tradicional das páginas da literatura é o ser mais horripilante que pode existir, nas palavras, nos gestos, na imagem e no perfil, o vampiro equivale à mil homens em força e inteligência!

O vampiro sabe das verdades, conhece os tesouros do mundo, o valor do que é belo, o valor da beleza em si, por isso arrisca, por isso sai todas as noites à luta por uma presa de pele de seda e ventre aveludado, aspira o perfume ideal – a sua tara ancestral, e precisa gozar até o êxtase, sugando o sangue do pescoço ou pulsos da vítima. Aqui, como todos sabem, é uma espécie de símbolo esta mordida vampiresca que no fundo representa sempre uma selvagem relação sexual.

O que são as orgias depravadas dos filmes pornográficos senão a plena realização de instintos vampirescos de cunho perverso e escarnecedor?

As estrelas desses filmes, escolhidas a dedo, são a encarnação da própria beleza em si mesma, e o que é belo, arrebata sem piedade, então por alguns instantes nos vemos diante das forças primitivas da natureza auxiliada pela perversão dos que estão atuando por detrás dos bastidores!

Mito ou realidade, o vampirismo é esta força indestrutível de sedução, saque, posse, busca, conquista, realização e vitória sobre a morte, e só se vence a morte vivendo a vida intensamente, sem trégua e sem demonstrar fraqueza, avançando sempre em busca de um ideal.

Todo misticismo e poesia do culto do vampirismo deve ser preservado e apreciado cada vez mais, como fonte de vida eterna, e para enriquecer o nosso conhecimento e as nossas fantasias, que são as armas que temos para destruir os nossos inimigos e o próprio tédio, que se converte em spleem quando esmorecemos o nosso espírito criador.<br>

Vampiros na África




Os povos da África, a despeito de sua mitologia, não são conhecidos pela sua crença em vampiros. Montague Summers, em sua pesquisa sobre o vampirismo em todo o mundo, nos anos 20, pôde encontrar somente dois exemplos: o asasabonsam e o obayifo. Desde Summers, muito pouco se tem feito para investigar o vampirismo nas crenças africanas.

O obayifo, desconhecido de Summers, era na realidade o nome Ashanti para um vampiro do Oeste africano que reapareceu sob nomes diferentes na mitologia da maioria das tribos vizinhas. Por exemplo, entre os dahomeanos, o vampiro era conhecido como o asiman. O abayifo era um bruxo que morava incógnito na comunidade. O processo para se tornar um bruxo era uma tendência adquirida - não havia laços genéticos. Portanto, não havia meios para determinar quem seria um bruxo. Secretamente, o bruxo era capaz de deixar seu corpo e viajar à noite como uma reluzente bola de luz. Os bruxos atacavam as pessoas - e sugavam seu sangue. Tinham também a habilidade de sugar o suco de frutas e legumes.

O asasabonsam era uma espécie de monstro vampírico encontrado no folclore dos povos ashanti de Ghana, na África ocidental. Na breve descrição fornecida por Sutherland Rattray, o asasabonsam tinha aparência humanóide e dentes de ferro. Morava nas profundezas da floresta e raramente era encontrado. Ficava no topo da árvores e balançava suas pernas, usando seus pés em forma de gancho para capturar pessoas desprevenidas que passassem por perto.

Trabalhando entre tribos do Rio Níger, na área do delta, Arthur Glyn Leonard constatou que os bruxos saíam de suas casas à noite para se reunir com demônios e para tramar a morte dos vizinhos. A morte se dava ao "sugar gradativamente o sangue das vítimas através de um meio invisível e sobrenatural, cujo efeito era imperceptível aos outros". Entre os ibo, acreditava-se que o processo de sugar o sangue era feito de uma maneira tão habilidosa, que a vítima sentia dor mas era incapaz de perceber sua causa física, mesmo sabendo que no final o resultado seria fatal. Leonard acreditava que a bruxaria era, na realidade, um sistema muito sofisticado de envenenamento (como o era na Europa Medieval, uma certa dosagem de magia).

P. Amaury Talbot, trabalhando entre as tribos da Nigéria, descobriu que a bruxaria era uma influência permeável e que a força mais temível atribuída aos bruxos era a de "sugar o coração" das vítimas sem que estas soubessem o que estava acontecendo. O bruxo podia sentar no telhado, à noite, e realizar sucção através de forças mágicas. Uma pessoa que estivesse morrendo de tuberculose era tida muitas vezes como sendo vítima dessa bruxaria.

Entre os povos Yakö, da nigéria, Daryll Forde descobriu a crença de que bruxos desencarnados atacavam as pessoas enquanto elas dormiam à noite. Podiam sugar seu sangue, e úlceras, acreditava-se, eram um sinal do ataque. Podiam operar como um incubus/succubus e sufocar as pessoas deitando em cima delas.

A questão de bruxaria era invocada por qualquer pessoa que estivesse em condição de sofrimento, e qualquer pessoa acusada era tratada severamente por meio de julgamentos das privações. Geralmente as mulheres estéreis ou na fase da pós-menopausa estavam mais sujeitas às acusações. Não era incomum sentenciar à morte pelo fogo uma bruxa declarada culpada. Melville Herskovits e sua mulher Frances Herskovits conseguiram relacionar um bruxo/vampiro, cuja existência foi reconhecida pela maioria das tribos africanas ocidentais, às figuras vampíricas encontradas no Caribe, o loogaroo do Haiti, o asema do Suriname e o sukuyan de Trindad. Esses três vampiros são virtualmente idênticos, embora fossem encontrados em colônias inglesas, holandesas e francesas. A crença nos vampiros parece ser um exemplo óbvio de uma aceitação comum levada da África pelos escravos que persistiu a por décadas de escravidão até o presente.

Mais recentemente, John L. Vellutini, editor do Journal of Vampirology, aceitou o desafio de investigar toda a questão do vampirismo na África. Os resultados de suas descobertas estão resumidos em dois longos artigos. Como no caso dos pesquisadores anteriores, Vellutini encontrou escasso material sobre o vampirismo no continente africano. Todavia, argumentou que, sob a superfície das crenças africanas sobre bruxaria, muito material análogo ao da Europa oriental ou ao do vampiro eslavo poderia ser encontrado. As bruxas eram vistas como figuras poderosas na cultura africana, com inúmeros poderes, inclusive a habilidade de se transformar em uma variedade de formas animais. Usando seus poderes, dedicavam-se ao ato de canibalismo, necrofagia (isto é, alimentar-se de cadáveres) e vampirismo. Essas ações constituíam atos de vampirismo psíquico, mais do que perniciosidade física. Thomas Winterbottom, por exemplo, trabalhando em Serra Leoa, em 1960, assinalou:

"Uma pessoa assassinada pela bruxaria deve morrer dos efeitos de um veneno administrado secretamente ou pela infusão desse veneno no seu sistema pela bruxa; ou, então, esta última deve assumir a forma de algum animal, como um gato ou um rato, o qual durante a noite, suga o sangue por uma ferida pequena e imperceptível, através da qual uma doença prolongada e a morte serão produzidas."

Com resultados similares, o abayfo, uma bruxa ashanti, suga o sangue das crianças enquanto voa em seu corpo espiritual, durante a noite. Entre os povos Ga, M. J. Field descobriu que as bruxas se reuniam em volta de um baisea, uma espécie de pote, que continha sangue de suas vítimas - embora qualquer pessoa que olhasse para dentro do pote pudesse ver apenas água. Aliás, acreditava-se que o líquido continha a vitalidade de suas vítimas.

Quando uma pessoa era acusada de bruxaria, ele ou ela eram colocados em privação para determinar a culpa, e se fossem declarados culpados, eram executados. Os métodos adotados por certas tribos eram estranhamente parecidos com os métodos aplicados a vampiros suspeitos na Europa oriental. Por exemplo, certa tribo iniciava a execução pela extração da língua, que era afixada ao queixo com um espinho (evitando, dessa forma, que pragas finais fosse endereçadas aos executantes). O bruxo ou bruxa eram então mortos a pauladas com uma vara afiada. Em algumas ocasiões, a cabeça era separada do corpo e este queimado ou largado na mata para os predadores.

Associados ainda de maneira mais próxima às práticas da bruxaria européia eram os esforços para verificar se a pessoa morta era uma bruxa. O corpo da bruxa acusada era levantada do chão e examinado, procurando-se sinais de sangue no local da cova, integridade e inchação anormal do corpo. A cova de uma bruxa verdadeira teria um buraco no chão, que ia do corpo até a superfície, para que ela pudesse usar a saída no forma de morcego, rato ou outro pequeno animal. Acreditava-se que a bruxa poderia continuar a operar após sua morte e que o corpo permaneceria como no dia da morte. Ao se destruir o corpo, o espírito não poderia continuar sua atividade de bruxaria.

As bruxas também tinham o poder de ressucitar os mortos e de capturar os espírito em retirada, que era transformado em fantasma, capaz de atormentar os parentes do falecido. Havia também uma crença bastante difundida na África ocidental o isithfuntela (conhecido por nomes diferentes por diversos povos), isto é, o corpo desenterrado de uma pessoa escravisada pels bruxas para realizar as suas vontades. Dizia-se que a bruxa cortava a língua da pessoa e enfiava um pino através do cérebro da criatura para que se parecesse com um corpo reavivado. Esse isithfuntela, da mesma forma, atacava as pessoas pelo hipnotismo e enfiavam um pino em suas cabeças.

Velluti concluiu que os africanos compartilhavam a crença com os europeus sobre a existência de uma classe de pessoas que podiam desafiar a morte e exercer uma influência maligna apartir do túmulo. Como os vampiros europeus, os vampiros africanos eram muitas vezes pessoas que morreram desafiando as normas da comunidade ou pelo suicídio. Ao contrário dos vampiros literários, os vampiros africanos eram tão-somente pessoas comuns, como os vampiros da Europa oriental.

Velluti especulou que as crenças africanas nas bruxas e na bruxaria talvez tenham se espalhado pelo resto do mundo, embora os antropólogos e os etnólogos não tenham encontrado essas crenças senão no século XIX. Embora perfeitamente possível, pesquisas adicionais e comparações com as provas para teorias alternativas, tais como as propostas por Devendra P. Varma para a origem asiática das crenças em vampiros precisavam ser completadas antes que se chegue a um consenso.